terça-feira, 24 de março de 2015

Restauração classe IV





Cavidades de Classe IV de modo geral, o dente a receber esse tipo de cavidade apresenta lesão cariosa envolvendo uma face proximal e o ângulo incisal correspondente. A cavidade deve envolver a lesão cariosa e possibilitar o contorno estético da restauração. Portanto, a forma de contorno varia de acordo com a extensão da lesão cariosa ou o tipo de fratura. Na presença de tecido cariado este é removido com broca esférica de tamanho compatível com o da lesão. Segundo Mondelli  (2002), a parede gengival será delimitada pela remoção do tecido cariado quando estiver presente ou mantendo- cerca de 0,5 mm aquém da gengiva marginal. 

O acabamento das paredes de esmalte em uma cavidade de classe IV tem importância para a obtenção de maior estética e comportamento clínico. Uma grande maioria de autores recomenda a realização do bisel, já que possibilita remover prismas de esmalte friáveis; expor prismas de esmalte mais perpendiculares e reativos ao condicionamento ácido, principalmente da porção mais interna, aumentar a área de superfície favorecendo a retenção do material; além de favorecer a estética da interface entre resina e estrutura dentária. 

Esse acabamento pode ser estabelecido com ponta diamantada em forma de chama n° 1111, que possibilita um bisel de forma côncava ou chanfrada, com largura de 1 a 2 mm, na face vestibular. 

Limpeza da cavidade

Após a remoção da lesão cariosa, a cavidade deverá ser lavada durante dez segundos, com água oxigenada a 3%, com ácido poliacrílico a 25% ou com solução de clorexidina a 2%, aplicada à cavidade com bolinhas de algodão por um período de dois minutos e, a seguir, lavada como um spray de ar/água e seca com leves jatos de ar. 

Proteção do complexo dentino/pulpar 

Segundo Mondelli (2002), a cavidade poderá ser eventualmente ser considerada de profundidade média, profunda o muito profunda, e os seguintes materiais poderão ser indicados:

 Opção I: (cavidades muito profundas): fina camada (0,5mm) de cimento de hidróxido de cálcio e cimento ionomérico específico para base protetora.

 Opção II: (cavidades médias e profundas): cimento ionomérico.

 Independente da técnica ou de material empregado, alguns pontos devem ser observados:
 A aplicação de bases protetoras deve anteceder o acabamento da cavidade e a execução dos biseis, para evitar a contaminação do ângulo cavo superficial. 
Quando necessário, a base deve cobrir uma área mínima de dentina, deixando a maioria da área de superfície disponível para a adesão. Além disso, as bases geralmente não apresentam propriedades físico-mecânicas adequadas para suportar estresse que lhes é transmitido pelo dente e pelo material restaurador.

 Condicionamento ácido e aplicação do sistema adesivo 

O condicionamento da estrutura dental com ácido fosfórico deve sempre respeitar o correto tempo de aplicação para a estrutura do esmalte (30s) e dentina (15s), visto que um maior tempo de condicionamento não significa aumento da resistência de união da restauração ao dente e ao contrário disso, pode gerar uma discrepância entre a profundidade de desmineralização promovida pelo ácido e a extensão de penetração dos sistemas adesivos. 

 Hirata  (2001) assinalam que o acondicionamento ácido deve ser feito pensando em margens se segurança (2,0 mm além das margens do preparo), de forma a não haver o risco de um avanço da restauração em margens não condicionadas, o que resultaria em linhas brancas que não são solucionadas com o acabamento marginal. 

A seleção do sistema adesivo e a adequada forma de aplicação, de acordo com o substrato dental trabalhado é um passo essencial para a obtenção de longevidade nas restaurações de resina composta. Em dentes anteriores, os sistemas adesivos mais utilizados são os convencionais de 3 passos (Ácido fosfórico/Primer/Bond) e os convencionais simplificados, também denominados de frasco único, em que no mesmo frasco encontram-se o primer e a parte hidrofóbica do adesivo (Ácido fosfórico/Primer + Bond). Quando a restauração é realizada somente em estrutura de esmalte, pode-se utilizar apenas o bond do sistema de 3 passos, pois o primer dos sistemas adesivos serve somente para a adesão na superfície dentinária.

Inserção e polimerização das resinas 

Preferencialmente, as resinas compostas deverão ser inseridas de forma incremental. A resina composta deve ser inserida em camadas com espessura nunca maior de 2.0 mm, uma 44 vez que o aumento na espessura da camada pode resultar na atenuação da intensidade de luz, levando a uma polimerização incompleta nas regiões mais profundas da cavidade a ser restaurada, bem como o aumento no estresse da contração de polimerização. Somente nas cavidades de dimensões reduzidas podem ser restauradas com um único incremento de resina composta, enquanto que uma técnica de aplicação e fotoativação por estratificação torna-se imprescindível quando se trata de restaurações amplas.

 Protocolo Clínico Newton Fahl - Restauração Classe IV




Protocolo Clínico Poletto Salomão - Restauração Classe IV



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